sexta-feira, junho 27, 2008

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QUANDO OUVI PELO FIM DO DIA
Walt Whitman

}Quando ouvi, pelo fim do dia, como o meu nome havia sido recebido com aplausos no Capitólio, ainda assim não foi feliz para mim a noite que se seguiu. E quando festejei ou quando os meus planos foram atingidos, assim mesmo não me senti feliz. Mas no dia em que cedo me levantei de perfeita saúde, renovado, cantando, inalando o maduro fôlego outonal, quando vi a lua cheia a oeste ficando pálida e a desaparecer na luz da manhã, quando vagueei sozinho sobre a praia e despindo-me me banhei rindo com as águas frias e vi o sol nascer, e quando pensei em como o meu querido amigo, o meu amante, estava a caminho, oh, então senti-me feliz. Então cada fôlego me foi mais doce – e todo o dia meu alimento me nutriu mais – e o belo dia passou bem e o seguinte chegou com igual alegria – e com o próximo, pelo fim da tarde, chegou o meu amigo. Naquela noite, quando tudo estava calmo, ouvi as águas rolarem continuamente lentas sobre as margens, ouvi o assobio sussurrado do líquido e das areias como que dirigindo-se a mim, cochichando, felicitando-me, porque aquele que amo dormia comigo sob a mesma coberta na noite fria, no sossego, nos outonais raios de luar, seu rosto inclinado sobre mim, seu braço em redor do meu peito, suavemente – e naquela noite fui feliz.{

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