sábado, setembro 10, 2005

Jovens conservadores

Estava eu bem deitada quando li:

"Costuma-se pensar que os velhos são mais conservadores e os jovens, inovadores. Isso não é de todo verdadeiro. As pessoas mais conservadoras em geral são os jovens, que desejam viver, mas que não pensam nem têm tempo para pensar como se deve viver e por isso tomam como modelo a vida já conhecida." (Trecho de "O Diabo", de Tolstói)

É incrível como, às vezes, precisamos absorver alguma coisa externa para conseguir realizar uma idéia que se tem. Percepções que são tão difíceis de se expressar que, quando se lê (vê, ouve...) parece que tiramos uma mochila das costas. Foi o que me aconteceu ontem.

Penso que vivemos muito ligados nas fórmulas já verificadas, isso EU SEI que posso fazer (Fulano fez e deu certo), isso EU SEI que não (Fulano fez e se ferrou). Esquecemos que Fulano é outra pessoa, outra experiência, outra história, que o fato se deu em outro momento, outras circunstâncias...
O que a gente sabe?? A nossa própria existência é incerta.
A experiência de vida de uma pessoa é fundamental para que se consiga ter a mente mais "aberta". Isso se dá nos mínimos detalhes do cotidiano.. e a gente que é jovem resiste a crer que, de fato, nós somos mais conservadores que os "vividos". Percebo uma tendência dos jovens quererem mascarar isso escandalizando, seja lá como, com a falsa idéia de estarem sendo originais. Confundem originalidade com rebeldia.
Penso que com o passar dos anos, quando vamos ficando mais maduros, percebemos que certas atitudes/coisas/pensamentos/julgamentos não fazem diferença para a vida de uma pessoa. E então começamos a aceitar ações que antes eram intoleráveis. Exemplos disso estão a todo momento acontecendo. É só observar em volta, historicamente - a humanidade que vive a se repetir - ou nosso próprio umbigo.

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